sábado, 1 de fevereiro de 2014

CONFLITOS OU SEM FORMAÇÃO


Nota do Autor: Este conto é imaginário: Qualquer semelhança com fatos reais e mera coincidência. E nesse cenário de tantos atores em conflitos, qual seria o papel do cidadão quando percebe que a criança, seu filho não está bem? Foi ai que liguei para o “SAMU”, a fim de marcar uma consulta para meu filho. O telefone tocava... Tocava... E ninguém atendia. Resolvi pessoalmente. Troquei de roupa e fui para o ponto de ônibus. Passou um... Dois... Três... Dava-se a impressão que estava cheio. Mas com jeitinho se o motorista quisesse poderia me levar. Ao entrar no quarto ônibus, aproximadamente dois kilometros ouvi um ruído estranho e logo em seguida veio a ordem: “Aí tia, todos devem descer imediatamente, se o motorista não quiser parar dar-lhe-ei uma coronhada”. E no mesmo instante o ônibus para. Foi um corre; corre gritaria de horrores e logo após percebi que alguém apressadamente saia de bicicleta e estava com um capuz que cobria o rosto, tipo máscara carnavalesca e ao mesmo tempo o ônibus estava sendo engolido por chamas ardentes. Pensando no meu filho, eu teria de qualquer maneira marcar sua consulta com um pediatra. Abri a bolsa, havia uns trocados... Calculei dá para pagar um taxi. Chegando no pronto atendimento de saúde, a fila estava enorme; ainda bem que lá estava minha cunhada que tratava de obesidade; que logo fez sinal para mim, afirmando desistência pois estava ali desde ás 04 da manhã e gentilmente ofereceu o seu lugar, pois não agüentava mais a fome. Deu-me um abraço e saiu. Dentro de 40 minutos aproximadamente chegou a minha vez fazia de tudo para manter-me calma: - Por favor, senhorita, meu filho necessita urgente de um pediatra. Tentei marcar pelo telefone, como é orientado pela propaganda. - Senhora! Desculpa-me, estão cortadas as linhas, falta de pagamento. Quanto ao pediatra estamos aguardando a vinda do programa “Mais Médicos”. Como a Senhora disse ser urgente vou colocar um lembrete nessa agenda, anexando à requisição da consulta. Assim que tudo normalizar ligará para a sua casa. Confesso que sai Dalí mais calma, talvez seja a elegância da recepcionista. Andando pela Rua e refletindo, por quê? Massacre, execução, a luz do dia, Por quê? Matança indiscriminada, chacina? Busco palavras para expressar o que vem acontecendo no bairro em que morro, nas grandes e pequenas cidades? Será que o estopim de tudo isso está vindo de nossa organização política? Os exemplos que estão vindo de cima para baixo? Somos um Pais profundamente marcado pela propaganda mentirosa. Nossos trabalhadores que podemos chamá-los de classe operária têm uma renda per capita que não passa de 300 dólares mensais. São tantos os questionamentos que até esqueci-me do meu filho; mas graças a Deus a febre já havia cedido. Após um mês, numa sexta feira o telefone toca: - Senhora e do “SAMU” me confirme o seu endereço, pois irá a sua residência uma Equipe que faz parte da saúde da família, ela terá a missão de colher o sangue do garoto, aferir a pressão arterial e a temperatura. “Questionei”- Por favor, queria que um pediatra visse meu filho. - Logo após esses exames de rotina, com os resultados em mãos, seu filho, mãe vai ter o encontro com o pediatra. Ligarei para a Senhora. O tempo foi passando, com a troca das estações havia melhora e piora, as vezes a virose voltava, febre alta, alteração no sono e não tinha vontade de se alimentar. Os meses iam passando, o que vou relatar parece inacreditável, a tal ligação não aconteceu. Criei coragem e novamente fui ao SAMU, só que desta vez me precipitei; perdi a calma. Mas a atendente com todo cuidado quebrou o meu estado de ansiedade, com o seu carinho me conquistou; - Calma mãe! Está aqui o pedido da consulta com o pediatra. Mas infelizmente houve um deslize e o resultado do exame que o seu filho fez desapareceu, foi extraviado. - Mas como? - Vamos abrir uma sindicância e punir os responsáveis. A Senhora pode ir para casa, prometo resolver esse incidente, e assim que for lúcida do, vou telefonar para a senhora. Estava bem próximo o mês de julho, e a facção política pretendia reeleição. Foi realizada uma reunião de toda cúpula que lotava o quadro do executivo, a fim de ter um recado formal para todos os subordinados da saúde: - Por favor, serei claro e objetivo, coloquei meu nome para reeleição, assim sendo, conto com todo interesse, serviços de vocês, principalmente para os usuários da saúde, devem a eles, respeito, transparência, responsabilidade. Não admitirei reclamação dos contribuintes. Quem não executar suas tarefas com amor, educação, irá para o olho da rua. As facções políticas estavam acirradas para concorrerem às eleições. Na festa da cidade, com a presença do Governador estava presente com discurso pronto; as reformas da escola e da rede Saneamento básico. O povo estava exigente e queriam explicação, apuração e punição, já que os grãos que vieram para distribuir com os mais necessitados, estavam sendo vendido num armazém da cidade. A AVECAM estava lá, bem em frente ao palanque oficial, portando uma faixa com os dizeres citados. Sentindo-se ofendido, o administrador reagiu, apresentando queixa na policia. No julgamento do inquérito, o promotor público achou que não havia crime. Teve inicio uma nova era acabou o promissor enganoso. Veio o futuro que promete e não fez, por mais de três anos deu um branco na cidade. Só agora aparece o seu rosto verdadeiro, em época de eleições; cabos eleitorais desperdiçam toneladas de papel para ganhar uns míseros trocados. Cabos eleitorais pagos, desinformados, sem saber quase nada sobre o candidato ou o partido que promovem. Estava eu levitando com tantas e tantas perguntas e fazia os meus próprios comentários aos questionamentos: Quando: - Mamãe o telefone! - Alô! Sim e a casa de Geraldo. - Liguei para informar que foi encontrado um pedido para consulta com um pediatra. Como estamos colocando a casa em dia... Só a Senhora vendo, encontramos uma verdadeira zona. Uma bagunça tremenda... Assim sendo, amanhã às 9 horas, no consultório sete, o pediatra estará à espera do paciente. - Meu filho estará aí com certeza. E assim chegou o dia tão esperado, Geraldo ao chegar ao atendimento foi logo procurando a Sala sete, entrou... Arrasta uma cadeira e senta-se, após de um caloroso Bom Dia ao Médico. O Médico olha bem para o paciente e estranha: - Amigo, eu sou pediatra. Como é que um adulto marca consulta com um médico de criança. Será que aqui no Brasil é diferente? - Que absurdo, não é, Doutor? Por aí, o Senhor pode calcular a quanto tempo estou nesta fila.

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